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Prática

Súrya Namaskára e os Navagrahas
Miguel Homem
02-01-2012


Esta prática que aprendi com o Prof. Andrés Wormull na Índia é composta por nove ciclos de súrya namaskára associada ao "bhadram shánti páthá". Cada ciclo é composto por:

"bhadram shánti páthá"
5 súrya namaskára A, e
1 súrya namaskara B

A._Pedro


B._Pedro

A prática completa assim 54 súryanamaskára, um número auspicioso por ser metade de 108. 


O súrya namaskára é mencionado no Rg Veda e no Yajur Veda, respectivamente no Saura Suktam e Aruna Prashnam. Estes mantras costumam ser usados com o súrya namaskára. A saudação ao sol e o culto do sol é tido como sendo tão antigo quanto os próprios Vedas. É graças à existência e presença de Súrya que a manifestação pode ser conhecida. Ele é a testemunha de todas as acções.

Navagrahas são as nove influências sobre o karma e a vida dos seres humanos. As nove influências são o Sol, a Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vénus, Saturno, Rahu e Ketu. Com excepção de Rahu e Ketu, cada um governa um dia da semana, como bem ilustra a etimologia das línguas espanhola, francesa ou inglesa.


A astrologia védica, jyotisha, estuda os navagrahas e a sua influência sobre a vida humana e o mundo. Na visão védica do mundo nada está separado e da mesma forma os diferentes tipos de conhecimento estavam associados e interligados. Assim, tradicionalmente, Yoga, Ayurveda e Jyotisha sempre foram interdependentes.

A prática é uma forma de reverência aos navagrahas, uma lembrança de que uma série de factores desconhecidos agem sobre nós e sobre o resultado das nossas acções, fazendo presente também a verdade de que não é o indivíduo quem controla o karmaphala (resultado das acções). Esta é também uma forma de naimittika e práyashchitta karma.

Súrya ocupa o lugar central entre estas nove influências, é o Rei ou senhor dos navagrahas. Assim,Surya através do namaskára a súrya, faz-se o namaskára a todos os navagrahas. Fazem-se dessa forma nove ciclos, um por cada um dos navagraha. No início de cada ciclo canta-se o "bhadram shánti páthá". Este mantra védico está associado ao súrya namaskára nos Vedas e faz parte tanto do Saura Suktam do Aruna Prashnam.

Cada acção, karma, levada a cabo pelo ser humano produz dois tipos de resultados: um resultado visível (de imediado), drsta phalam e outro resultado não visível (de imediato), adrsta phalam.
Se a acção é apropriada existe um resultado visível e um fruto agradável não visível (punyam). Se a acção não é apropriada, existe um resultado visível e outro invisível não agradável (pápam). Diz-se, por isso, que qualquer acção deliberada produz, além do resultado visível, punyam ou pápam. Punya é o resultado positivo, não imediatamente visível e pápam é o resultado negativo não visível de imediato. Quando se diz que o resultado é invisível, quer se dizer que ele não é visível no momento imediato após a produção da acção. Apenas se manifesta num momento posterior.
Como se sabe isto? Para o karma, o meio de conhecimento são os Vedas, o ensinamento do Shástra e este revela a existência do adrsta phalam, punya e pápa.

Este tipo de práticas ritualizadas e outras como os yajñas ou yágas visam sobretudo o adrsta phalam. Claro que alguma satisfação resulta da prática em si, além do efeito físico e subtil, e isso pode ser visto como drsta phalam, um resultado visível, mas não é o resultado principal. O punyam que se tem como sendo o resultado principal é a "reserva de sorte" que criamos para nós no futuro, neste caso no próximo ano.


Fotos do Súrya Námaskára A e B, do Prof. Pedro Kupfer

 



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