Uma prática completa de āsana deve trabalhar os cinco vāyus: prāṇa, vyāna, samāna, udāna e apāna.
O prāṇa está situado no alto do tórax, na região do coração, e o seu percurso começa no umbigo e vai até à garganta. Este vāyu associado à respiração é activado pela inspiração e é responsável pela captação da energia do meio ambiente para vitalizar o corpo. Apāna está situado abaixo do tórax, na região coccígea, é o vāyu responsável pelos processos de excreção e expulsão no corpo e é activado pela expiração.
Os outros três vāyus principais são: samāna, situado no plexo solar, na região do umbigo, e cuja função principal tem a ver com a digestão, alimentando o fogo gástrico; udāna que actua na garganta e é responsável pela deglutição; vyāna que tem como função distribuir a energia por todo o corpo e tem como função principal estimular a circulação sanguínea. Este é o vāyu (ar vital) que interage e mantém a coesão dos outros vāyus.
Existem ainda os chamados vāyus secundários que governam outras funções do corpo, voluntárias e involuntárias, e que são: nāga, responsável pelo soluço e pela erucção, kūrma, permite o pestanejar dos olhos, kṛkara, produz a fome e a sede, devadatta, provoca o bocejo, dhananjaya elabora a decomposição do corpo após a morte.
Geralmente prāṇa e udāna trabalham juntos, porque a cabeça não se pode mover sem o pescoço. āsanas e movimentos que trabalhem peito e braços estimulam vyāna vāyu. Os que trabalham o abdómen equilibram samāna. Por fim, os que incidem sobre a parte inferior do abdómen, pernas e pés equilibram apāna.
Assim, o prāṇa está por trás de todas as formas de movimento, sobretudo para a frente e propulsivo. Udāna governa o movimento e extensão da coluna, pescoço e cabeça. Vyāna governa o aspecto exterior da energia particularmente dos braços e pernas, gere o aspecto dinâmico dos āsanas (os vinyāsas) e é trabalhado pelas formas de exercício mais fortes. Samāna governa a contracção de braços e pernas bem como a permanência das posições sentadas. Por fim, apāna governa o movimento descendente e enraizado.
Quando a energia da pessoa está em baixo (apāna em excesso), os āsanas devem estimular udāna através de posições em pé com movimento ascendente (como com os braços elevados). Se pelo contrário a energia da pessoa é excessiva, a prática deve ser de enraizamento (aumentando apāna) com āsanas deitados ou de inversão. Quando a energia da pessoa está demasiado introvertida (samāna em excesso) os āsanas devem procurar a expansão (aumentando vyāna) com movimento, vinyāsa e āsanas de extensão. E se a pessoa está muito dispersa, a prática deve procurar centrar e consolidar a energia com āsanas de meditação sentados.
Um bom princípio a ter presente para manipular a prática de āsana no que toca ao prāṇa é a seguinte: onde a circulação de sangue é estimulada, também aí o prāṇa é estimulado.
Os vāyus, regra geral, agem por pares em oposição:
1. Movimento vertical: o que estimula udāna decresce apāna e vice-versa.
2. Movimento horizontal: o que estimula vyāna decresce samāna e vice-versa.
3. Movimentos de expansão e contracção: vyāna e samāna.
4. Movimentos de elevação e agachamento: udāna e apāna.
Vāta é acalmado, centrado pelo fortalecimento de apāna e samāna. O mesmo acontece com pitta, nomeadamente samāna regula agni que é um elemento chave no equilíbrio de pitta.
O doṣas kapha tem normalmente um nível de actividade menor que conduz à inércia (apāna em excesso) e à contracção da energia (samāna em excesso) por isso beneficiam de āsanas que criem a expansão e ascensão da energia (vyāna, prāṇa e udāna). O aumento de udāna será sem dúvida benéfico.