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Ásana

ÁKÁSHA NAMASKÁR
Simão Monteiro
25-10-2008


Ákásha - o 5º elemento segundo o Yoga e o Ayurveda; éter; espaço; o que tudo penetra.

Namaskár – saudação.

O ákásha namaskár nasceu a meios de 2007, já não me lembro bem o porquê e o como. Talvez a necessidade de “criar” uma sequência com as bases do súrya namaskár mas com outro tipo de movimentos, mais laterais, mais equilibrio, e assim poder activar outras partes do corpo e aperfeiçoar o equilibrio entre o movimento e a respiração.

Nas primeiras vezes que o fiz a sensação de calor foi imediata e após poucas sequências ficava com o corpo banhado em suor… o mesmo aconteceu com os alunos quando apresentei esta saudação nas aulas. Sempre que o faço fico com uma grande sensação de leveza, talvez pelo tipo de movimento semelhante a ondas ou meio espiralado…

A origem do nome vem do facto dessa sensação de espiral, como se explorasse todos os tipos de movimento com o corpo, penetrando em todos os espaços… e assim o que me veio à cabeça foi o nome ákásha.

As bases são as mesmas do súrya namaskár: respiração sussurrante (ujjayí), activação do assoalho pélvico (múla bandha) e do baixo ventre (uddiyana bandha) e fixação ocular (drishtis) durante toda a sequência coordenada com a respiração (vinyasa krama).

Este artigo não pretende explicar a correcta execução dos ásanas, ou a forma de respirar ou ainda a execução das outras técnicas auxiliares. O objectivo é apresentar a sequência de forma simples e compreensível. Para um estudo mais aprofundado recomendo que aprenda o ákásha namáskar ao vivo e a cores com o seu professor.

Após 1 ano e meio de experiências e ajustes apresento-o pela primeira vez no papel. Quero agradecer aos praticantes e professores amigos pelas dicas e feed-back. Espero que desfrutem muito…

 

Ákásha Namaskár

  

  1. Tadásana ou samasthiti: Coloque-se em pé na frente do seu tapete com os pés juntos ou ligeiramente afastados, feche os olhos e mantenha as palmas das mãos juntas na frente do peito (añjali mudrá). Faça uma respiração profunda e sintonize-se com o corpo, respiração e bandhas. Lembre-se que o mais importante é cultivar uma atitude de observação desapegada durante a prática. Expire todo o ar…

 

  1. Úrdhva hastásana: Inspire e eleve os braços pelos lados, fazendo uma tracção da coluna. Se não criar tensão nos ombros junte as palmas das mãos e fixe o olhar nos polegares.

 

  1. Virabhadrásana III: Expire e mantendo o alinhamento anterior baixe o tronco e os braços, elevando a perna esquerda. Mantenha os braços, tronco e perna esquerda paralelos ao chão e a outra perna perpendicular. Todo o corpo bem activo.

 

 

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  1. Virabhadrásana I: Inspire dando um passo largo para trás com o pé esquerdo ao mesmo tempo que eleva o tronco e junta as palmas das mãos (se não criar tensão nos ombros, caso contrário deixe as mãos um palmo afastadas entre si). A perna da frente fica dobrada, coxa paralela e joelho direito ao nível do tornozelo, enquanto que a perna de trás estica ou fica ligeiramente dobrada. Ao dar o passo evite colocar o pé de trás em linha com o pé da frente, coloque-o ligeiramente para o lado esquerdo para ter mais equilíbrio e facilitar a entrada no próximo ásana.

 

  1. Parshvottanásana: Expirando coloque o calcanhar do pé esquerdo no chão, ficando com o pé em diagonal. Estique ambas as pernas, mantenha o tronco voltado para a frente enquanto junta as palmas das mãos atrás das costas (paschima namaskár). Flexione o tronco sobre a perna direita mantendo o pescoço longo e as coxas bem activas. Todo o movimento é feito numa só expiração.

 

  1. Utthita parshvakonásana: Inspire dobrando a perna direita (coxa paralela, perna vertical), mão direita no chão do lado de fora do pé direito (palma da mão ou ponta dos dedos), tronco o mais lateral possível e o braço esquerdo bem esticado alinhado com o tronco e perna de trás. Olhe a mão lá em cima.

  

 

  1. Ekapáda Adho Mukha Shvánásana: Numa expiração leve ambas as mãos ao chão, paralelas entre si, enquanto tira perna direita para trás e para cima. Aproxime o tronco da perna esquerda e mantenha, dentro do possível, uma linha diagonal entre braços, tronco e perna direita. Coxas bem activas, cintura não roda, pescoço longo, ombros afastados do pescoço.

 

  1. Ardha Úrdhvadhanurásana*: Inspire flexionando um pouco a perna elevada (direita) passando-a para trás do corpo em direcção da mão esquerda ao mesmo tempo que tira a mão direita do chão. O pé direito pode ficar mais perto do pé esquerdo (mais suave) ou a meio caminho entre a mão esquerda e pé esquerdo (mais forte). O calcanhar direito fica erguido, a perna flexionada empurrando o corpo para cima. Perna esquerda bem esticada e planta do pé no chão. Braço direito esticado para cima e para trás e tronco em direcção do tecto.

 

  1. Vashishthásana: Expire e rode o tronco 180º, ficando agora com a mão direita no chão e o pé direito na frente do pé esquerdo ou por baixo do pé esquerdo (como está na foto). O braço esquerdo fica elevado na vertical, alinhado com o outro braço. Mantenha o tronco em linha com as pernas sem subir ou baixar os quadris e fixe o olhar na mão elevada.

 

 

   

  1. Parshva Chandrásana*: Com uma inspiração longa dobre as pernas para agarrar o dedo grande do pé direito com a mão esquerda, trazendo o pé para a frente. Pouse o joelho esquerdo no chão e mão esquerda sobre a perna ou calcanhar esquerdo. Pélvis baixa, joelho direito ao nível do tornozelo da mesma perna, tronco lateral e braço direito esticado por cima da cabeça. Fixe o olhar no pé lá atrás.

 

  1. Ardha Chandrásana: Expire pousando as pontas dos dedos da mão direita no chão, um pouco à frente e ao lado do pé direito, enquanto estica a perna direita, eleva a perna esquerda esticada para trás e o braço esquerdo na vertical. Braços em linha vertical, planta do pé esquerdo voltada para trás e dedos desse pé voltados para o mesmo lado do peito.

 

  1. Utkatásana (variação): Durante a próxima inspiração flexione as pernas, junte os pés, pontas dos dedos das mãos no chão, tronco esticado e pescoço longo. Todo o corpo bem activo.

 

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  1. Pashásana (variação): Expire mantendo as pernas ainda flexionadas, coxas paralelas ao chão, junte as palmas das mãos (añjali mudrá) e coloque o cotovelo direito pressionando a coxa esquerda, ajudando na torção do tronco. Os antebraços ficam em linha, os joelhos permanecem juntos sem deslizarem um no outro e o pescoço roda na direcção do ombro esquerdo.

 

  1. Úrdhva hastásana: Inspire e eleve o tronco e os braços pelos lados até à verticalidade, esticando as pernas. Faça uma tracção longa da coluna, mantendo o cóccix apontado para os calcanhares e o olhar nos polegares das mãos juntas.

 

  1.  Tadásana ou samasthiti: Expire e recolha as mãos em añjali mudrá terminando o ákásha namaskár.

 Agora repita toda a série para o outro lado. Pode experimentar permanecer algumas respirações em cada postura, tendo sempre a atenção de entrar e sair do ásana com a respiração adequada, ou seja, se entra num ásana com inspiração já sabe que terá que sair com expiração e vice-versa.

 * Os nomes que escolhi para estes dois ásanas não estão “institucionalizados”. Então tentei arranjar um nome que não ficasse mal de todo. Espero não ter feito grande asneira…

Atenção

Estas dicas não substituem um professor de Yoga. São disponibilizadas apenas para que o praticante possa aprimorar sua técnica. A prática sob a supervisão cuidadosa de um instrutor preparado e competente é essencial para o sucesso na prática, bem como para evitar lesões. O autor não se responsabiliza pelo mal uso que possa ser feito destes textos.

 

 


 

Simão é praticante de Yoga e dá aulas em Almada, Parede e Lisboa. Conheça melhor o seu trabalho em:  www.yogabindu.blogspot.com

 

 


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