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Teachings

Karma Yoga II - A atitude correcta
Miguel Homem
06-06-2008


Atitude correcta

 

            Supor que Karma Yoga consiste em realizar acções sem expectativas, sem esperar resultados, é criar um conceito insusceptível de ser realizado. Como Krshna poderia tocar a flauta sem esperar que fosse produzido som e ele fosse ouvido?

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            Ninguém pode agir sem esperar resultados. O resultado das nossas acções pode ser de quatro tipos:

  1. Exactamente igual ao que esperávamos;
  2. mais do que esperávamos;
  3. menos do que esperávamos, ou
  4. completamente diferente do que esperávamos.

            Se eu não quiser produzir som não posso bater as palmas das mãos. Se eu pedir às mãos para não fazerem barulho, elas vão continuar a fazer, porque isso está de acordo com as leis da física, com a Ordem Natural. Posso escolher bater ou não as palmas, mas não posso escolher o resultado. Os resultados estão de acordo com a ordem de Íshvara. A ordem é Íshvara e o resultado também é Íshvara. Por isso a Gítá (II-47) ensina:

karmanyevádhikáraste ma phaleshu kadácana |
má karmaphalaheturbhúrmá te sango'stvakarmani || 47||

“Temos uma escolha sobre a acção, mas não, em nenhum tempo, sobre os resultados; Não te tomes como o autor dos resultados da acção, nem te apegues à inacção.”

 

            Os resultados podem ser aceitáveis ou não aceitáveis. No enfrentar e lidar com os resultados das nossas acções reside o Karma Yoga. Para isso precisamos de um certo entendimento da ordem do Universo – de Íshvara. O resultado das nossas acções é sempre um resultado que está de acordo com a ordem do Universo, com as leis da Natureza. O presente é sempre o momento cósmicamente perfeito, por isso devemos aceitá-lo como prasáda, como um objecto que nos é doado. A atitude deve ser de grata aceitação, prasáda buddhi.

Cultivar prasáda buddhi em relação aos resultados da acção é Karma Yoga.

            Quando pratico uma acção, no exacto momento em que a pratico, ela deixa de ser minha. E nesse momento todas as leis do universo passam a agir sobre ela. No momento em que executo uma acção, as leis universais entrem em acção e devolvem-me o efeito da acção, sejam essas leis, a gravidade ou outras que desconheço. As leis universais existem de forma a manter a harmonia da existência e do mundo. Assim, quando ajo e o faço com esta consciência, recebo o fruto da acção como prasáda, que não pode ser rejeitada, não pode ser criticada e deve ser recebida com agradecimento. Isto é Yogah, e desta forma, gozo de uma mente equanânime – samatvam

yogasthah kuru karmáni sangam tyaktvá dhanañjaya |
siddhyasiddhyoh samo bhúvá samatvam yoga ucyate ||

 “Realiza todos os teus actos em Yoga, renúncia aos apegos, ó Dhanañjaya, e na perda e no ganho permanece o mesmo. Equanimidade (da mente) é yoga” Bhagavadgítá, II-48.

 

            Karma Yoga permite o chitta shhuddi, permite-me perceber que todos os meus problemas na vida não são causados pelo mundo mas pela forma errada com que eu tenho de lidar com o mundo. Forma essa causada pela minha ignorância. O eu ignorante lida com o mundo de forma errada e por isso sofre.

 


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