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Teachings

O Yoga está na moda
Daniela Mota
10-07-2009


Fala-se muito em Yoga: como meio de combater o stress, de ter flexibilidade, de ter um corpo e uma mente saudáveis.

O Yoga está  na moda no Ocidente, pois as pessoas vivem insatisfeitas e procuram no Yoga a solução para isso. É uma espécie de exercício corpo-mente, que as pessoas adoram. E foi talvez por estas razões que comecei a praticar.

Penso que lá  no fundo, talvez achasse que o Yoga iria preencher um vazio que sentia dentro de mim, que não sabia de onde vinha ou como eliminá-lo.

De facto, passadas algumas semanas o meu corpo estava mais flexível, teria até talvez perdido um quilito, mas o meu ego tinha subido na mesma proporção e o vazio continuava lá. Havia algo dentro de mim que me impelia a continuar à procura.

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A ordem das coisas (Ishvara) levou-me ao professor com o qual hoje pratico e com o qual tenho aprendido muito. Aprendo principalmente a ser compassiva, comigo e com os outros; aprendo a aceitar os factos e as situações. Sinto-me profundamente grata a ele e ao Yoga. 

Como diz Swami Dayananda: “aceite os factos tal como são e depois aja para os melhorar”. E é por isso que escrevo.

Há uma voz dentro de mim, uma voz calma mas segura que me fala – que me pede para escrever pelo Yoga. Quem sou eu para escrever o que quer que seja sobre o Yoga – não tenho conhecimento ou a pretensão de ensinar o que quer que seja com estas palavras. Só peço (e, como diz o meu professor, dizemos as coisas porque nós próprios precisamos de nos lembrar delas) que nos lembremos de trabalhar para que o Yoga continue “na moda”, mas como uma cultura que é, uma forma de estar na vida e não como um meio de trabalhar o corpo e combater o stress.

O Yoga propõe um meio de conhecimento sobre “quem sou eu”, sempre com o objectivo de nos libertar do sofrimento. Baseado num código de conduta, regido por princípios como Ahimsa (não-violência), Satya (a verdade), entre outros igualmente simples e bonitos.

Tento contribuir para que o Yoga deixe de ser visto como um desporto, como uma coisa física, para passar a um entendimento de que a prática de ásana e pranayama é só um meio para atingir um fim: Moksha, a libertação do sofrimento, o foco de todo o yogui.

Trabalhemos para que as pessoas entendam que o yogui busca a felicidade acima de tudo, sem preconceitos, julgamento dos demais e com compaixão e desapego.

O yogui compreende a unidade de tudo o que existe, não se considera superior aos demais e tenta respeitá-los. Daí o vegetarianismo, por exemplo. Contudo, o yogui não julga aquele que não é vegetariano, pois entende que tudo está perfeitamente bem – Om sarvam vai purnam. Só escolhe ter uma atitude coerente com aquilo em que acredita. 

Tudo está  exactamente como tem que estar, isto é, se o Yoga está a ser incompreendido – eu aceito. O que não significa que não possa fazer algo para tentar alterar essa situação.

Bem sei que nem sequer sou professora… Então como posso passar a mensagem?

Nós alunos também podemos ajudar, passando-a a qualquer pessoa que nos pergunte o que é o Yoga, ou por que é que praticamos. Eu vou tentando passá-la na minha forma de estar, de me relacionar com os demais. Tento pô-la em prática ao procurar ajudar os outros, sem violência, tentando aceitar as circunstâncias tal como acontecem. Tento pô-la em prática entregando os frutos da minha acção a Ishvara. Ou, no limite, não contribuindo para cultivar a imagem errónea que se criou à volta do Yoga. 


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