Pelo questionamento, o ahaṁkāra é despido dos atributos e o eu verdadeiro permanece. Uma pergunta importante é saber quem é aquele que faz a investigação? É o ātmā ou ahaṁkāra?
O próprio questionamento é feito pelo ahaṁkāra. Este ahaṁkāra vai deixando cair os diferentes atributos, eu não sou o corpo, não sou emoções, não sou isto e aquilo. O ahaṁkāra vai emagrecendo. No último momento do questionamento, este ahaṁkāra enfrenta uma dificuldade que é um dos maiores obstáculos.
O ahaṁkāra deixa cair todos os atributos para, por fim, descobrir o eu verdadeiro, o eu livre dos atributos. Só que enquanto o ahaṁkāra indaga sobre o verdadeiro eu, enquanto estiver a investigar, investigando (aqui o gerúndio ajuda), ele tem um atributo que é o de investigador, "eu sou o buscador". Enquanto o ahaṁkāra ainda continuar a procurar, apesar de ter deixado cair todos demais atributos, a própria busca fá-lo um ahaṁkāra.É que a própria busca dá-lhe um atributo, o de buscador. Enquanto buscar, sou um buscador, e enquanto for um buscador tenho esse atributo, e enquanto tiver o atributo sou ahaṁkāra.
Só há uma solução, ele tem de deixar cair o próprio atributo de buscador. Ele tem de deixar de procurar. Esse atributo nega-nos o buscado e por isso dizemos que a própria busca faz-nos o ahaṁkāra. O buscador tem de cometer suicídio, tem de deixar de ser um buscador. Isto é o pramātṛtva nivṛttiḥ no vedānta. |