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Ensinamento

O professor e o valor do conhecimento
Swami Dayananda Saraswati
02-12-2008


O candidato a karma yogi, que necessariamente será um jñanin, precisa conhecer a si mesmo. Não precisa mudar ou torna-se algo diferente do que é. Apenas ficar mais sábio. O resto continua igual: acorda cedo, toma banho, realiza suas tarefas, etc. Mesmo com todo aquele peso do conhecimento transformador, a vida cotidiana continua.

 

Têm pessoas que naturalmente se tornam mestres em suas comunidades. As pessoas se sentem atraídas pelo conhecimento que o sábio mostra, às vezes não necessariamente pelas suas palavras, mas pelas próprias atitudes. O conhecedor de atma vence o sofrimento. Se seu conhecimento for apenas palavras vazias, será perfeitamente inútil.

 

Se você ficar apenas repetindo palavras vazias, você pode até ganhar respeito ou admiração pela parte dos demais, mas estará enganando as pessoas. É preciso compreender o espírito do conhecimento. Não há uma regra que precise ser seguida para ser um jñanin. Não há uma receita fixa. Não há um código de conduta estabelecido.

 

O sábio repousa em seu próprio lugar. Ele é chamado vidvan. Ele não fala sobre sua própria glória. Aliás, permanece em silêncio. Não glorifica a si mesmo, não fica se gabando do conhecimento, nem faz ostentação dele. Não fica falando dele próprio.

 

O sábio não fica banalizando ou lidando com o conhecimento de forma leviana. Banalizar as coisas parece ser natural. É preciso ter cuidado para não deixar que isso aconteça com o Vedanta. O sábio fala mais sobre valores e atitudes construtivas, sobre aqueles objetivos que possam ser inspiradores para as pessoas. Ele fala menos sobre Vedanta, para não banalizá-lo. O Vedanta não deve ser entregue a pessoas que não estejam sinceramente interessadas nele. É preciso tratar este conhecimento com respeito e reverência.

 

Aprender e compartilhar o que sabemos é um tipo de sadhana. Por exemplo, se alguém morre, o sábio não irá ficar amolando a família, mostrando quanto Vedanta ele sabe. Ele irá confortar a família com palavras inspiradoras, sem ficar recitando textos ou citando os Shastras para se mostrar. Esse conhecimento é sagrado, e somente deve ser revelado àqueles que estiverem capacitados para aplicá-lo da maneira correta.

 


Satsang com Pujya Swamiji concedido em março de 2007 no Ashram de Rishikesh, transcrito e traduzido por Pedro Kupfer.


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