O candidato a karma yogi, que
necessariamente será um jñanin, precisa conhecer a si mesmo. Não precisa mudar
ou torna-se algo diferente do que é. Apenas ficar mais sábio. O resto continua
igual: acorda cedo, toma banho, realiza suas tarefas, etc. Mesmo com todo
aquele peso do conhecimento transformador, a vida cotidiana continua.
Têm pessoas que naturalmente
se tornam mestres em suas comunidades. As pessoas se sentem atraídas pelo
conhecimento que o sábio mostra, às vezes não necessariamente pelas suas palavras,
mas pelas próprias atitudes. O conhecedor de atma vence o sofrimento. Se seu
conhecimento for apenas palavras vazias, será perfeitamente inútil.
Se você ficar apenas
repetindo palavras vazias, você pode até ganhar respeito ou admiração pela
parte dos demais, mas estará enganando as pessoas. É preciso compreender o
espírito do conhecimento. Não há uma regra que precise ser seguida para ser um
jñanin. Não
há uma receita fixa. Não há um código de conduta estabelecido.
O sábio repousa em seu próprio lugar. Ele é chamado vidvan. Ele não fala
sobre sua própria glória. Aliás, permanece em silêncio. Não glorifica a si
mesmo, não fica se gabando do conhecimento, nem faz ostentação dele. Não fica
falando dele próprio.
O sábio não fica banalizando ou lidando com o conhecimento de forma
leviana. Banalizar as coisas parece ser natural. É preciso ter cuidado para não
deixar que isso aconteça com o Vedanta. O sábio fala mais sobre valores e
atitudes construtivas, sobre aqueles objetivos que possam ser inspiradores para
as pessoas. Ele fala menos sobre Vedanta, para não banalizá-lo. O Vedanta não
deve ser entregue a pessoas que não estejam sinceramente interessadas nele. É
preciso tratar este conhecimento com respeito e reverência.
Aprender e compartilhar o que sabemos é um tipo de sadhana. Por exemplo,
se alguém morre, o sábio não irá ficar amolando a família, mostrando quanto
Vedanta ele sabe. Ele irá confortar a família com palavras inspiradoras, sem
ficar recitando textos ou citando os Shastras para se mostrar. Esse
conhecimento é sagrado, e somente deve ser revelado àqueles que estiverem
capacitados para aplicá-lo da maneira correta.
Satsang com Pujya Swamiji
concedido em março de 2007 no Ashram de Rishikesh, transcrito e traduzido por
Pedro Kupfer. |