O meditador não pode
ser só mais um papel, como o filho ou filha; eles não são o meditador,
irmão, irmã, não são o meditador; marido, mulher não são o meditador; pai, mãe, não são o meditador. Então quem é o
meditador? Aquele que assume o papel de ser filho, filha, irmão, irmã, marido,
mulher, pai, mãe. Essa pessoa, livre
destes papeis é o meditador, dhyata. Na meditação existem estes três
componentes, dhyata, dhyeyam, o objecto de meditação, dhyanam, o acto da
meditação.
Quem é o dhyata? O
indivíduo básico, um ser consciente, com quem tomamos contacto quando paramos e
vemos… montanhas, o rio, os vales, relacionamo-nos com eles, somos o ser
consciente que é consciente destas montanhas, vales, rios. Essa pessoa é o teu
eu básico, o significado da palavra eu. Quando dizemos eu, esse é significado.
Isso sabemos. Não é preciso ir mais adiante no significado, mesmo sem saber
mais nada, existe tanto para saber a partir de ti mesmo. Só sendo tu mesmo…
livre de papeis, estás em harmonia…
Vê só o significado destas palavras. Palavras são ouvidas, a
audição acontece. Ver o significado das palavras também acontece. A vontade
está suspensa, não tem qualquer papel a desempenhar. A audição acontece, ver o
significado das palavras acontece, porque estamos informados sobre a linguagem…
O conforto que experimentamos vem de si mesmo em harmonia
com o todo. És apenas tu mesmo. Sendo isso não existe separação entre ti e o
que é, o todo. Entre ti e o todo, o que é, o todo. Shri rama… audição acontece
Jaya rama, rama rama, rama rama… O
meditador … sendo apenas o meditador, é em si uma meditação. O resultado é
imediato. Rama rama rama…
Existe um significado para uma palavra sem estar centrado num
objecto ou numa pessoa? É, só “é”. Existe um significado para a palavra, só a
palavra”é”? A distância é, o tempo é, galáxia é, terra é, o meu corpo é, só é…
há um significado? "é”… “é” uma resposta sem palavras (wordless answer) é,
rama, rama, rama , rama, rama, rama, é… rama, rama, rama… é…
Om shanti shanti shanti Meditação Guiada pelo Swami Dayananda em Abril de 2009, transcrita, traduzida e editada por Miguel Homem
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